NEWSLETTER:

Escreva abaixo o seu email:

8 de abr. de 2010

Siliconada com prótese defeituosa pode pedir reembolso na Justiça

Do site R7 

Por Camila Neumam e Felipe Maia, do R7




Mulheres que receberam implante de silicone francês devem procurar médico

Uma das formas de ter certeza se o implante realizado é da marca
francesa é verificar o comprovante da prótese recebido após a cirurgia
Mulheres que tenham recebido implantes mamários da empresa Poly Implant Prothese, que foi proibida no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta semana, podem recorrer à Justiça para receberem de volta o dinheiro pago em uma possível cirurgia para troca da prótese.
A decisão foi tomada após alerta sanitário divulgado pela Agência Francesa de Saúde, que detectou um aumento no número de casos de rompimento dos implantes.
A recomendação é que mulheres que tenham as próteses da marca consultem um médico para avaliar o caso, mas, segundo a cirurgiã Cláudia Nunes Machado, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, não há motivos para as mulheres que têm próteses entrarem em pânico.

Uma das formas de ter certeza se o implante realizado é da marca francesa é verificar o comprovante da prótese recebido após a cirurgia. O comprovante apresenta a marca da prótese, seu número de série, que é único, a data da cirurgia e o nome do cirurgião. Em caso de dúvidas, a indicação é voltar ao consultório do médico onde foi realizada a operação.

Getty Images
Foto por Getty Images
Já se a prótese implantada for da marca francesa, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica também sugere o retorno ao consultório para avaliar o estado da prótese. Se tiver problemas, terá de ser trocada. Caso contrário, não.

- Procure o cirurgião para ele pedir um ultrassom. Se houver algum traço de ruptura, tem de trocar a prótese, por meio de cirurgia, e colocar uma de outra marca. 

Segurança

Diante da proibição da Anvisa, as mulheres que têm próteses de silicone podem se perguntar sobre a segurança dos implantes de qualquer marca. De acordo com cirurgiã da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, as próteses feitas com base no gel de silicone, à exemplo da francesa, são as mais comuns no Brasil e são consideradas seguras.

Mas, se os implantes ficarem muito tempo no corpo, sem haver troca, podem aumentar o risco de ruptura. Isso porque o organismo cria uma "cápsula ao redor da prótese, como um organismo de defesa".

– Com o passar dos anos essa cápsula vai aderindo à prótese e, por alguns motivos ainda desconhecidos, vai deixando a prótese dura, o que chamamos de contratura capsular.

Nestes casos, a paciente pode perceber pelo toque se a prótese está mais dura do que o habitual e ir ao médico para ver se está tudo em ordem. Se junto à rigidez ela sentir dores, está na hora de trocar.

- Não há uma data certa para a troca do silicone, mas tem que ser trocada dependendo das reações do organismo. É melhor sempre ter um controle do médico.

O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Regional São Paulo, Carlos Alberto Komatsu, disse em nota, que a nova cirurgia é mais simples do que a colocação da nova prótese.

- A paciente faz a cirurgia de manhã e à tarde ou à noite já pode ir embora.

Quem paga a conta?

Uma questão que levanta dúvidas, é sobre o pagamento da nova cirurgia, se for necessária. Segundo a advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Maira Feltrin Alves, o pagamento da cirurgia deverá ser efetuado pela importadora da prótese. Se isso não ocorrer, a pessoa deverá recorrer ao Procon ou à Justiça, dependendo do caso.

- O Idec recomenda que o primeiro contato sempre seja feito com o fornecedor, que neste caso é o importador, para que se faça uma tentativa de solução amigável para a questão. Se não surtir efeito, a consumidora pode recorrer ao Procon, que registra as reclamações para o sistema nacional de defesa do consumidor. A última alternativa é procurar a Justiça: se o valor for de até 20 salários mínimos (R$ 10.200), ela pode procurar o juizado especial cível, sem a necessidade de contratar advogado até acontecer recurso. Se o valor for maior, terá de ter uma advogado para auxiliá-la.

Se a paciente precisar operar com urgência, é possível entrar na Justiça com pedido de liminar ou uma tutela antecipada, diz a especialista.

John Arnstein, diretor comercial da EMI, empresa que importa o produto no Brasil, disse ao R7 que o entendimento de que a importadora é responsável pelo pagamento "varia de advogado para advogado". Ele não quis responder se a companhia já recebeu pedidos sobre o assunto. Arnstein disse que a EMI foi "enganada" pela fabricante e que o produto já havia deixado de ser comercializado antes mesmo da decisão da Anvisa.

– Nós visitamos a produção das próteses na França, inclusive na companhia de cirurgiões plásticos renomados, e ninguém jamais percebeu qualquer anomalia.

O executivo admitiu que a proibição da comercialização das próteses provoca perdas financeiras, já que "ninguém lucra por parar de vender um produto", mas afirmou que "a saúde financeira da companhia não está comprometida por causa disso". O presidente da importadora está na França acompanhando o caso. 







Nenhum comentário:

Postar um comentário