O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) discutem novo protocolo para disciplinar procedimentos de segurança nas cirurgias plásticas
O Brasil pode ter ainda este ano um novo protocolo de procedimentos médicos na área de cirurgia plástica. Se aprovado, fará parte da obrigação do cirurgião deixar com o paciente, antes mesmo da cirurgia, um documento comprovando que ele seguiu todas as recomendações pré-operatórias indicadas no procedimento. O projeto é discutido desde o início de 2009 na Câmara de Cirurgia Plástica do Conselho Federal de Medicina (CFM).
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e professores universitários também fazem parte da interlocução, de acordo com o coordenador da Câmara, Antônio Gonçalves Pinheiro. Ele pretende apresentar a proposta para análise dos conselheiros na sessão de setembro.
Vínhamos pensando já há algum tempo em como universalizar condutas de segurança. E, no início do ano, aconteceram alguns fatos que saíram na imprensa, inclusive aqui em Brasília, a morte de uma jornalista, contextualiza.
Com a aprovação do protocolo, todos os médicos brasileiros deverão seguir e documentar padrões de segurança. Pinheiro ressalta que o protocolo não impedirá complicações nas cirurgias, mas vai assegurar uma responsabilização por cuidados essenciais com a segurança. Queremos mostrar os cuidados pontuais dentro da especialidade que às vezes são negligenciados
O presidente da SBCP, Sebastião Guerra, acredita que a fiscalização mais rigorosa da atividade vai depender do desenrolar do projeto. No entanto, reconhece que este protocolo irá aumentar a segurança do paciente e dos cirurgiões plásticos.
Sem limites
Sebastião lembra que, além da postura dos médicos, certas atitudes dos próprios pacientes aumentam os riscos do procedimento. É o desrespeito aos limites por muitos pacientes que, inconsequentemente, movidos por um desejo, se apresentam ao cirurgião plástico omitindo informações importantes como doenças crônicas, dentre outras, destaca.
No entanto, um processo bem conduzido pelo paciente e pelo médico dá segurança mesmo quando há apreensão antes da cirurgia. A bancária aposentada Gorete Alves, 49, conta que antes de se submeter a uma cirurgia de implante nas mamas, tinha muito medo de cirurgias. Antes eu dizia: não, não tenho coragem de fazer. Mas agora talvez até me programe para fazer uma outra, no rosto. (Larissa Lima)
E-Mais
O projeto prevê, por exemplo, que antes de o paciente dar entrada no hospital, o médico preencha um prontuário para assegurar que seguiu cuidados com exames pré-operatórios, o local, o material da cirurgia e etc.
Quando o paciente receber alta, o médico precisará informar o tipo de curativo que foi feito e como o paciente poderá entrar em contato com ele ou a equipe.
A SBCP também está engajada em campanha de conscientização com o mote A cirurgia plástica é com o cirurgião plástico, para estimular a cautela com profissionais sem formação específica na área
Fonte: O Povo
Por Antônio Viana
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